segunda-feira, setembro 06, 2010

Desde sempre.

Tem coisas que estão em nós, queiramos ou não: a vergonha dos cabelões e da maquiagem OVER dos 80's que geral usou, mas nega!, as músicas de corno do Journey, do Aerosmith e do Bon Jovi, a vontade de encontrar a pessoa certa... O problema á que o Journey acabou, o Aerosmith é uma lembrança do que era e o Sambora virou um clone mal acabado do Jon Bon Jovi, todo o laquê do mundo foi consumido nos anos 80 e, graças a Deus, ombreiras são só uma lembrança ruim! Com tudo o que amamos em segredo extinto ou em franca decadência, quem diz que o conceito de alma gêmea poderia parecer viável?

Desde sempre eu pensei em uma cabana, um violão, leite e mel e um pouco de atenção. Um lenhador, marceneiro, sei lá! Alguém que usasse as mãos para seu sustento, rústico e, ainda assim, suave. Lindo, bronzeado, um pouco alto. Banho de rio, uma estante de livros, tortas de morangos silvestres quentinhas, talvez alguma neve no inverno. Desde sempre achei que fosse ser à primeira vista. Desde sempre soube que me enganava voluntariamente. Desde sempre achei que deveria alimentar a utopia pra sobreviver a esse mundo cruel e achei que iria ter algo próximo do meu sonho, guardadas as devidas proporções.



Ledo engano. O amor da minha vida se materializou num espírito metrossexual, cretino, cosmopolita, refinado. Estatura mediana, pele negra, sorriso cativante e que gosta tanto de trabalhos manuais quanto eu gosto de jiló. Que toca violão tão bem quanto bem quanto o cachorro de estimação do meu melhor amigo, que não é lindo ou forte, mas é perfeito, pra mim... Nos meus pensamentos. Desde sempre eu sabia que não seria fácil, e ele esteve comigo, mesmo assim. Mesmo agora, depois de a carruagem ter virado abóbora, insisto em acreditar e penso que não acabou. Há coisas que fazem parte de quem somos, como a vontade de dançar toda vez que toca "What a Feeling", a mania de enfiar o dedo no pote pra comer iogurte ou a esperança de encontrar o princípe encantado, mesmo sabendo que ele vai virar um sapo depois do primeiro beijo.





"...De onde vem o jeito tão sem defeito?
Que esse rapaz consegue fingir..."
Los Hermanos

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