quarta-feira, setembro 01, 2010

O som e a Fúria

Somos todos um grande coração, batendo desesperados, jorrando lágrimas... Eu enlacei, doei, sorri, beijei com toda força dos meus pulmões, olhava pra ele e ia cada vez mais forte e com mais força.

Estava acelerada, absurdamente envolvida, achando o sorriso dele a coisa mais perfeita de todos os tempos. Estava tão envolvida a ponto de rasgar meus papéis velhos, minhas fotos antigas, minhas lembranças em preto e branco... Mas ontem, pouco antes do mês de agosto dizer adeus, lá pelas 21h uma revelação paralisou meus impulsos... Ah!!!

Eu ali, sentada na cadeira bacana daquele bar descolado... ele ali a meu lado, e... travamos. Porque? Porque? Pra que? Eu quis correr desesperadamente pro colo da Fê, minha companheira aqui neste blog ou pro colo da Rê, minha irmã mais nova-mais velha, sempre com conselhos afiados e potentes.

Olha, juro, tinha um viço tão delicioso nos meus olhos, na minha pele, uma corrente elétrica correndo coluna abaixo, por pernas, braços e quadril... Um fogo, um arrepio, uma vontade, uma métrica afinando o barulho do mundo... E de repente...

Tudo que pôde se ouvir foi o estatelar da vidraça no chão. E os cacos seguem caindo agora, cortando, estatelando, estilhaçando no chão.



Nota Mental: PQP! porque ainda deixo coisas assim doerem em mim? Achei que agora, no alto dos meus 29 anos já fosse hora de parar com tantos desenganos... Porra! E quer saber? Talvez existam músicas que possam explicar o que houve, talvez soe mega batido, e talvez eu que seja uma eterna romântica idiota!

O beijo dele me entorpeceu... Não foi como os últimos beijos que andei dando por bares e encontros furtivos e enlouquecedores. Deliciosos, confesso, mas desde meados de janeiro que eu não sentia esse calor subindo pela dorsal... Formigando a ponta dos meus pés, arrepiando os fios novos na nuca. Foi tão bom sentir isso... Um envolvimento a este nível é tão raro... Tão enlouquecedor... E hoje... setembro começou com um gosto de desilusão.

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